quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Bloquear

Eu vou te dar teu espaço
Dar motivos pra saudades
Te fazer procurar meu abraço,
Deixar de estar lá sempre que pedes.

Vou segurar essa vontade crescente de estar sempre presente
Esteja você triste, esteja você contente
Deixar de surpreender com toscos presentes
Que só tem valor a quem não os recebe eventualmente.

Vou sumir do teu mapa,
Da tua cama, da tua Lapa
Dessa rede social tão chata
Virar poeira na tua caixa de entrada.

Vou desaparecer do telefone
E não preciso dizer que não tocarei o interfone
Corta do teu caderninho o meu sobrenome
Porque agora sou apenas mais um homem.

Só não vou fazer sumir do peito a esperança
De te ver assaltada por uma feliz lembrança
E numa dessas vastas andanças
Retomar os nossos planos de termos nossa criança.

Eu sumo mas, juro, apareço
Se ver que no teu peito ainda há apreço
Se ver que esse aparente desprezo...
Não passa de um pesadelo, de um devaneio.