sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Público

Não pense que penso o que está escrito.
As palavras mais verdadeiras não estarão no meu livro
Afirmo
As sinceras são ditas olhando nos olhos que amo
Chamo
Para os meus lençóis - tão nossos.


Já dizia um poeta mais sabido
Que em termos de dor o poeta é um fingido
Convencido
Pelo meu ardil com a língua que domino
A que guardo na boca, não a que vai sob seu vestido
Florido
Que usas nos dias de boreste e domingo.


O mundo não sabe o que se passa comigo
Meu coração não está em cartaz, não é exibido
Proibido
Falar o que se pensa num mundo tão concorrido
Bem sei: não sou o único a querer se deitar contigo
Sentido
Não faria dar munição ao inimigo.


No peito possuo um corredor estreito
Ao qual o acesso, te juro, é restrito
Bendito
O momento que disse: bem vindo
A todo o amor no seu ser imbuído
Digo
Que no teu formato ele foi construído.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Somos Mais Um

Saudade deixou de ser um som aos meus ouvidos e virou um sentimento - deveras egoísta, já que não é compartilhado.
A sinto sozinho, como sozinho me vejo.
Entenda, meu bem, não sei se me sinto frustrado
Talvez seja a ansiedade que conduza esse meu realejo

O amor, antes repleto de candura,
pela sua vida peleja.
Por isso entenda, minha cara, se eu me fechar em clausura;
é para fazer com que o fio de futuro que nos une no tempo não se perca.

O fardo na tua voz ao ouvir a minha própria,
as pontas de dedo que não procuram mais minha pele, meu cabelo. Eu.
Talvez eu esteja enviesado pela boa memória
que você, ao chegar em minha vida, concedeu.

Fato é que o amor impera, mas pelo visto terras perdeu
Pois, ao que tudo indica, não mais se estende no espaço, agora infinito, que há entre você e eu.