Já foi todo o Ventura, todo o Acabou Chorare.
Toda a pequena coletânea de Sinatra e Johnny Cash.
Já foi uma garrafa e a outra está pela metade.
Já foram todas as posições confortáveis para ficar sentado no chão.
Ou tão somente para ficar.
Só resta agora o estalar do meu pescoço dolorido e o som do deslizar da sua blusa
Enquanto você se posiciona com a cabeça sobre a minha barriga.
Resta desembaraçar uma parte do seu cabelo com a ponta dos meus dedos.
E resta agora metade da metade restante da garrafa.
Resta o silêncio rompido.
Pela madeira que estala, pelo motor da geladeira. Pelas gargantas que tragam.
Resta saber quem irá se levantar para encher os copos.
E restam apenas algumas horas pro nascer do sol.
Resta saber o que resta. Lá fora e aqui dentro. E dentro dos que estão aqui dentro.
Resta metade da metade da metade restante da garrafa.
Acabamos com a garrafa antes que ela acabasse com a gente.
Levantamos num tom sério, ébrios, dormentes.
Este blog foi criado por um motivo simples: Eu gosto de escrever. Se você está aqui é porque gosta de ler, ou ao menos possui um interesse em ler o que eu escrevo. De qualquer forma, sê bem-vindo. O nome surgiu a partir da forma como os textos são guardados: Por serem escritos em locais diversos e por motivos aleatórios os mesmos são, após finalizados, dobrados e guardados em meu bolso. Sentem-se e divirtam-se.
terça-feira, 22 de março de 2016
domingo, 20 de março de 2016
Oeste
Viajando para o Oeste.
Sempre para o Oeste, o Oeste distante.
Ora cowboy, ora bandeirante.
Viajando para o Oeste.
Segue seguindo, fugindo do Sol que nasce a leste. Fazendo uma noite ser eterna, trazendo frescor até mesmo ao Agreste. Fugindo do amanhã que traz boleto, prazo, telefone, planilha, peste.
Vai caminhando, o raiar do dia já vem vindo. Não deu pra fazer esse tempo ser infindo. O cowboy chegou no mar; o bandeirante, nos Andes. Encurralados no tempo, no espaço, pelos raios de sol inexoráveis que vão surgindo.
Ainda assim dá-se um jeito de seguir seguindo. O cowboy vai nadando, o bandeirante vai subindo. O sol se cansa e no oeste vai dormindo. Com sorte ele prepara um alvorecer mais lindo.
Sempre para o Oeste, o Oeste distante.
Ora cowboy, ora bandeirante.
Viajando para o Oeste.
Segue seguindo, fugindo do Sol que nasce a leste. Fazendo uma noite ser eterna, trazendo frescor até mesmo ao Agreste. Fugindo do amanhã que traz boleto, prazo, telefone, planilha, peste.
Vai caminhando, o raiar do dia já vem vindo. Não deu pra fazer esse tempo ser infindo. O cowboy chegou no mar; o bandeirante, nos Andes. Encurralados no tempo, no espaço, pelos raios de sol inexoráveis que vão surgindo.
Ainda assim dá-se um jeito de seguir seguindo. O cowboy vai nadando, o bandeirante vai subindo. O sol se cansa e no oeste vai dormindo. Com sorte ele prepara um alvorecer mais lindo.
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